Se na vida de um cristão zeloso existe pouco entusiasmo na oração, um senso de fracasso no testemunhar, a ausência de alegria e paz e, ainda, pouco prazer na Palavra, é bem possível que esteja vivendo debaixo da lei e não da graça.
Há uma grande diferença entre lei e graça. A lei exige; a graça concede. A lei ordena, porém não oferece força nenhuma para obedecer; a graça promete e executa tudo o que precisamos fazer. A lei sobrecarrega, deprime e condena; a graça conforta, fortalece e alegra.
A lei apela para o ego para estimulá-lo ao desempenho máximo; a graça aponta a Cristo para fazer tudo. A lei convoca para o esforço e esgotamento e nos impele para uma meta que nunca conseguiremos atingir; a graça opera em nós toda a bem-aventurada vontade de Deus.
Em vez de lutar contra o fracasso, o primeiro passo deveria ser aceitar plenamente a derrota junto com a própria debilidade e, com essa confissão, cair desmontado diante de Deus em total impotência. É nessa posição que se aprende que, sem a libertação e a força provenientes da graça, é impossível fazer melhor do que já fez. A graça precisa fazer tudo por ele. É preciso sair do domínio da lei, do velho homem e do esforço carnal, e assumir sua posição debaixo da graça, permitindo que Deus faça tudo.
Quantas vezes temos determinado orar mais, com mais intensidade, e depois falhamos de novo! Não temos a força de vontade de alguns, que conseguem dar meia-volta e mudar os hábitos. A pressão do dever é enorme, como sempre, e temos muita dificuldade em achar tempo para orar mais. Não sentimos verdadeira alegria na oração, sem a qual é impossível perseverar; assim, somos incapazes de suplicar e clamar como deveríamos. Nossas orações, em vez de serem fonte de alegria e renovação, levam-nos a autocondenação e dúvida. Temos, por vezes, lamentado, confessado e feito resoluções, mas, para falar a verdade, não temos esperança, porque não enxergamos o caminho para qualquer mudança profunda ou permanente.
Enquanto prevalece esse espírito, há muito pouca perspectiva de progresso. Desânimo traz derrota. Nenhum ensinamento da Palavra sobre o dever, a urgente necessidade e o bem-aventurado privilégio de orar mais e com mais eficácia valerá alguma coisa enquanto não se fizer calar o sussurro secreto: não adianta, não há esperança. Nossa primeira preocupação deve ser encontrar a causa secreta do fracasso e do desespero; só então é que descobriremos como é divinamente garantida a nossa libertação.
Precisamos receber em nosso coração a promessa divina com a resposta que lhe foi dada: “Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões. Eis-nos aqui, vimos ter contigo; porque tu és o Senhor nosso Deus” (Jr 3.22). Precisamos chegar com uma oração pessoal e a fé de que haverá uma resposta pessoal. Não deveríamos começar agora mesmo a buscar semelhante resposta sobre nossa falta de oração, crendo que Deus nos ajudará: “Cura-me, Senhor, e serei curado” (Jr 17.14)?
Fraqueza e fracasso na oração são sinais de fraqueza na vida espiritual. Todos os que desejam orar com mais fidelidade e eficácia precisam descobrir que sua vida espiritual como um todo está doente e necessita de restauração. É preciso haver uma mudança radical em toda a vida e comportamento daquele que deseja que sua vida de oração, que é simplesmente o pulso do sistema espiritual, demonstre saúde e vigor.
A oração deveria ser tão simples e natural quanto a respiração ou o trabalho para um homem saudável. A relutância que sentimos e o fracasso que confessamos são a própria voz de Deus chamando-nos para reconhecer a nossa enfermidade e para ir a ele para a cura prometida. Qual é a cura para a doença cujo sintoma é falta de oração?
Não existe uma resposta melhor do que esta que se encontra nas palavras: “...pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6.14).
O grande perigo é viver debaixo da lei e servir a Deus na força da carne. Na grande maioria dos cristãos, esse parece ser o estado em que permanecem durante toda a sua vida. Aqui está a razão para a falta de santidade na vida e de poder na oração. Todos os fracassos só podem ter uma causa: os homens procuram fazer sozinhos o que só a graça pode fazer neles – e que certamente fará.
Graça não é somente perdão pelos pecados, mas poder sobre o pecado; a graça ocupa o lugar na vida que o pecado ocupava antes. Assim como o pecado reinava em nós pelo poder da morte, a graça agora reina pelo poder da vida de Cristo.
O apóstolo Paulo pinta um quadro do cristão que vive debaixo da lei, terminando no fim com estas palavras amargas: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). A resposta dele àquela pergunta é: “Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor...” (Rm 7.25).
Isso mostra que existe libertação de uma vida escravizada por maus hábitos, contra os quais temos lutado em vão. A libertação é pelo Espírito Santo levando-nos a experimentar plenamente tudo o que a vida de Cristo pode realizar em nós: “A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.2).
A graça de Deus pode nos introduzir na liberdade do Espírito e nos manter seguros ali. Podemos ser libertos da vida miserável sob o poder do cativeiro, que não nos permitia fazer o que queríamos. O Espírito de fé em Cristo pode nos libertar do nosso constante fracasso na oração e nos capacitar nisso, também, a andar dignos do Senhor para agradá-lo em tudo.
Ó, não se desespere, não desanime! O que é impossível para o homem é possível para Deus! Aquilo que você não vê possibilidade de fazer, a graça fará. Confesse sua enfermidade; confie no Médico; tome posse da cura; faça a oração da fé: “Cura-me Senhor, e serei curado” (Jr 17.14).
Você também pode tornar-se um homem ou uma mulher de oração, e fazer a súplica que “muito pode por sua eficácia” (Tg 5.16).
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
O Chamado à Intercessão
Todo cristão é chamado a exercer o sacerdócio. Sacerdote é o que se coloca diante de Deus no lugar do homem, levando suas necessidades à presença dAquele que somente pode intervir miraculosamente na vida da raça humana, l Pedro 2:9 declara:
"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz."
Ocupar a função sacerdotal implica necessariamente em ministrar a Deus a favor dos homens. É verdade que todos têm acesso à Deus, através de Cristo Jesus, porém é também verdade que a Bíblia nos exorta a orar uns pelos outros e fazer súplicas e intercessões por todos os homens. É um imperativo, um chamado, um dever, um privilégio. Por causa de tudo quanto já estudamos, é premente a necessidade de intercessores.
Você poderá dizer: Mas Deus já não proveu Jesus, como nosso intercessor? Isso não basta? Não, isso não basta. A terra é ainda dos filhos dos homens e é nela que as batalhas se travam. Em Cristo temos uma aliança com Deus, mas ainda é através dos homens que tudo se realiza na terra. O que acontece com Cristo, como o Intercessor provido pelo Pai, é que Ele tem autoridade de nos representar diante de Deus e, pelo Seu Espírito, tanto mudou nossa natureza, nos regenerou, elevando-nos à posição de filhos de Deus, como vive em nós. Isso nos garante uma presença sobrenatural para nos guiar num viver de acordo com Seus propósitos. Por causa do Espírito Santo em nós, que nos revela todas as coisas, podemos agora falar e orar em perfeita linha com a vontade do Pai. Mas coloque isso em seu coração: Você e eu somos a boca através da qual o Espírito Santo vai orar na terra o que Jesus ora no Céu. Através de nós, Ele intercederá com "gemidos inexprimiveis."
Convém a esta altura salientar que assim como Satanás só opera na terra, porque encontra o consentimento dos homens, Deus também opera na terra através do mesmo consentimento e instrumentalidade. Temos que abrir a boca aqui e dizer o que Deus diz no Céu, e é quando essa harmonia acontece, que as circunstâncias mudam, vidas são arrancadas do inferno, avivamentos rompem, cadeias são quebradas, Deus é temido, obedecido e glorificado.
Assinar:
Postagens (Atom)